sexta-feira, 28 de maio de 2010

Filosofia Chinesa Clássica - Confúcio


Confúcio se considerava um reformador social conservador. Não pretendia fundar religiões. Aceitava os costumes religiosos existentes em seu tempo, mas parece ter evitado discutir os fundamentos da religião. Era grande inimigo das modificações hierárquicas da sociedade, pois achava que essas alterações eram retrocessos. Como meio de salvação propunha a restauração do estado de coisas em que se encontravam rigorosamente prescritos os deveres e direitos dos estratos sociais. A isto ele chamava de “a posição justa dos nomes”, ou seja, ele acreditava que deve haver uma correspondência entre a posição que um indivíduo ocupa e a atitude que ele toma. Quando o status de cada qual é o que deve ser e cada designação concorda com o respectivo conteúdo, domina o “nexo justo” entre o elevado e o baixo, o superior e o inferior e está garantido um bom governo.
O pleno desenvolvimento da virtude torna possível a quem quer que seja o cumprimento da ordem ética e natural. É por isso que o príncipe tem que se preocupar em exercer sua virtude, agindo sobre os outros graças às propriedades místico-mágicas. Com o passar do tempo, essa virtude mítico-mágica torna-se um virtude de sentido ético.
A grandeza de Confúcio reside em ter proposto, pela primeira vez, uma exigência ética que humanizava as relações humanas, pois, segundo seus ensinamentos, a concessão ao povo o que lhe pertence e o tratamento dos outros como aquele que se desejaria para si são necessárias ao equilíbrio natural, o que, de certa maneira, impõe limites ao poder e, principalmente, ao despotismo.
Diz Confúcio que as formas mais especiais de virtude são a fidelidade e o dever filial. No Estado, o dever filial era o vínculo do vassalo com seu senhor, ao passo que na família, o dever filial representa a submissão do mais novo ao mais velho e, principalmente, do filho ao pai (com o alargamento da cultura chinesa para sociedades de organização matriarcal, estendeu-se a designação também aos deveres relativos à mãe). No dever filial reside uma poderosa força educativa, uma disciplina de grupo e um conceito moral do mais alto valor: a vinculação aos antepassados.
Confúcio não se dirigiu às massas. Sua mensagem era válida para a classe dominante. O seu ideal era o nobre, ou, preferencialmente, o príncipe, aquele que detém um ideal ético.
Dois grandes filósofos continuaram o trabalho de Confúcio: Mêncio e Hsun-Tzu.

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